domingo, 14 de novembro de 2010

Manuela

Manuela foi e não foi volta pra casa
pra arregar o almoço e saciar o umbigo
que pálido e sujo cola na costela
que enclausura as lombrigas
num retiro casto de leite e gordura

Manuela amarela corre descalça nas vielas da vida
saltita feito mula no lixo da feira do sábado de manhã
bem dizendo a dádiva divina que lhe faz correr

anda Manuela pelo meio do mundo de uma rua só
colhendo memórias e semeando lembranças
nos outros e outros que vêem Manuela só sorriso passar

Manuela não calça patrão algum
ela não pede nada, não mendiga, nem cheira o suvaco alheio

Manuela tem o dom não terreno, coisa super estranha
de gente de fora da terra, de gente de fora do mundo
de gente de outro lugar

Manuela cativa tão forte, tão rápido
gente que nunca viu Manuela na vida
por pura identificação das almas
coisas dos olhos que ninguém entende [é coisa só sentida]

Manuela não sabe contar mais que cem carneirinhos pulando a cerca
nem sabe se cerca é com "C" ou com "S"

mas Manuela sabe o que é perto e o que divide
sabe o que separa e o que junta
e sabe da impossibilidade da transferência de sentimentos por osmose

Manuela é menina esperta, menina sabida
que sabe mais coisa da vida do que todo mundo dessa sala
todo o mundo desse mundo
sabe mais coisa que todas as estrelas do universo

porque Manuela que é Manuela
já desistiu de contar e saber de tudo
pra descobrir que mais importante é o que se sente
das pontas dos dedos ao fundo da alma...

Leia Mais

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

coisa de menina | meu amor primeiro

mesmo verso impresso feito a hidrocor
em papel de carta e envelope igual
mesmo tom pastel, sem tirar nem pôr
carta com sabor, morango [artificial]

corre e põe a carta sobre a mesa
e se afasta faceira a espreita do que vem te apanhar
arregala o olho e aperta o peito
como na espera de se espalhar

[se jogar leve e solta para um beijo mexicano
para um olhar de aprovação de seu príncipe de aparelho]

tenso...

Leia Mais

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

As sobras.

Me despi.

Dos meus medos, da minha vergonha, do meu nexo
Dos meus desejos, da minha insanidade
De metade das minhas angústias, deixei algumas porquê não existe mulher sem drama
De minhas práticas, religião, crenças
Do meu amor, menos do próprio.

Sobrou eu. E minha felicidade.

=)


Leia Mais

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

temperamental

O amor bateu a porta com força, saiu correndo apresssado
Atrás de uma flor e uma dor que desse a seu amado.
O amor jogou-se da primeira janela, a cair no jardim
Quebrou o pé e ficou a toa, rindo e chorando sem fim.
Encontrou as roseiras, os cravos, as tulipas.
E voltou com uma pá numa mão e na outra, um botão
Ele queira agora um jardim dentro de casa, dentro do coração.
O amor é um infante, um perdido, um inconsequente
Desses que agente teima em não viver, e se vive, não entende.
O amor as vezes ri, as vezes conta piada,
As vezes mente, as vezes grita de raiva,
Quase sempre morre de saudades, nao tem a menor noção de tempo.

O amor acordou noutro dia ansioso pela primavera
E que decepção a sua de ver o jardim só de mudinhas
Emudeceu, escureceu, se enfureceu
O amor se apressou, e se entristeceu
E pensou que tinha feito algo errado
Mas não soube que seu erro foi de ser tão avexado
Ainda tinha alguns dias pra aguardar o resultado
E presentar todos os dias aquele seu amado.

O amor tanto chorou, pelo pé machucado, pela dor que agoniava
Por não ver solução em agradar a quem amava
Pôs-se a cantar tristemente e com arrependimento
A canção que lembrava seu desalento
A cantar assim triste, de repente lembrou-se
Que seu amor gostava de música e não só de flores...
Entoou seu vozerão e fez logo uma canção

Aguardou o dia certo, para mostrar-se bonito
Foi cantar que seu amor duraria o infinito
Encheu-se de perfume, de carinho, de devoção
Chamou o seu amor para um encontro, então
No jardim lindo e florido, declarou-se finalmente
O amor não demora, mas o faz tranquilamente

Leia Mais

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Dos amores que tive e tenho...

Em tudo que sucede Abril...

Azedo
Diz que é azedo o sabor dos teus dias
pois que essa doçura tua é estar em cela
feito cana doce, feito cana pura
embreagante travessura
que culmina em mordida na orelha
[priva-me que um dia te alcanço, viajo, viajo...]

Loucura
Diz que é loucura te beijar a boca
pois que o ato grava na testa a índole
feito carimbo e letreiro, feito atestado de óbito
irresistível aventura
que culmina em caixas e lembranças
[como na promessa de não ser jamais, apenas portas fechadas...]

Ameno
E do acaso tive a sorte de ser tu resposta
para um miolo contido, retido, trancado
fez do amanhã distante um 'só para viver o hoje'
fazendo da dança da vida um múltiplo orgasmo
ao respirar teus ares como te consumindo
te absorvendo, te englobando, te sentindo

pois que o amor mais ameno é o menos ameno de todos
pois treme, rasga, grita, incontrolável e pungente
nos corpos, nas almas, nas mãos
e culmina no toque suave das pontas dos dedos
[na promessa de ser dalí em diante, em diante, em diante...]

pois nos amores mais amenos o para sempre inexiste
existe apenas um e outro e mais nada...

Leia Mais

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Braboletas

não vivo, não sonho, não sinto!

nego qualquer ato de insanidade
pois que nada sei desses assuntos dificeis...

Leia Mais

domingo, 23 de maio de 2010

dito popular

O amor é cego
E cego não lê cartas
Cegos lêem em braile
Com mãos e dedos, tato.
Cegos ouvem música, mas não lêem blogs
Cegos não percebem poema escrito
Mas podem ser poetas, apesar
O amor é cego, dito popular

Leia Mais

segunda-feira, 5 de abril de 2010

na calçada

tropeço.
alguém desequilibrou a ordem do mundo.

Leia Mais

quinta-feira, 1 de abril de 2010

diminuto

Um amor que nunca vingou

Também nunca há de morrer

Não teve a beleza de flor

Nem a virtude de sofrer

Mas isso é o que menos importa

Haverá tantos iguais assim

Mas basta de amores

Pequenos pra mim

Leia Mais

sábado, 13 de março de 2010

Metáfora

Uso do dito e não dito[abuso]

Preciso!

quer luz em conversas de tapas e coices

já é tarde...

[bate a porta e parte]

Leia Mais

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Sexta casa de sete
frente a janela vazio
corre lá fora urgente
na pressa me perco no rio

marejado dos olhos da alma
carente de sede e de pressa
fecha a porta do peito
no ato na beira escorrega

derrama lágrima e vinho
tristeza é a cruz que carrega
dos dias vividos a fio
à margem, sedento desperta

carece de luz [passatempo]
o breu dos teus olhos padece
amor se constrói nos momentos
fermento de fé não é prece

é fogo queimante, ascendente
no peito alegria exala
não vejo no tunel finito
do abismo nao vejo escalada

só ida de quem acredita
medida nas pontas dos dedos
da alma soluço de vida
do corpo um ultimo apelo

desejo com todas as forças
que vingam em mim té agora
nã sei se mereço ser tudo
ser coisa, ser feito, ser hora

os nós na garganta e no corpo
ardentes cravantes serenas
sedentos de tântrico gozo
faz imensa alma pequena

no meu infinito de agora
dos dias iguais ritmados
não quero ser mais atropelo
e faço do último apelo

um pulso!

de quem inda tem fé na vida...

Leia Mais

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Epifania

Queria mesmo era ser um desses caracóis
um desses cachos...me despentear...[perdida!]
enquanto você dança, doce, toda essa sua graça,
essa sua ginga morena, menina, mulher...

como criança, brincando de ser feliz[e brilha!]
Linda e apaixonante como raio de sol
que espreita à janela na manhã de domingo
[laranja e quente]

mas a dor e o ardor que bate, leva[ventania]
dando a cara a tapa, o gozo ao peito[agonia]
sem mais, antes que não te meça as palavras...

ai de mim que sou teu porta copos...

Leia Mais

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Fantasias

Caraminholas na cabeça [estocando cachos]
Laços de fita cetim, presos a pele [suave]
Toque de cores e cordas, fantasiando espetaculos

Eu que nem queria ser este vulcão ou esta liga
Sinta na pele o aroma das auroras verdes [nada maduras ainda]

Mas quem não quer ser semente? [semeado?]

Tolo, me usa e lambusa, me joga e abusa [campo minado]
Escalando, voando e explodindo...
em felicidade colorida!

Leia Mais

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Labuta

cada um tem sua lógica de dizer maravilhas...

corro o olho na lata do pobre pedinte mendigo
jogo na beira estilhaço
Maroca cantando vantagem
gota pingada na margem
folha caída
e poesia

o velho na praça é pressa, criança danada [pentelha, peteca]
mania de ser farofeiro, cabreiro morrendo de vespera

abraços [e braços] matuto, dengoso e largo
marina se forma, transforma, conforma medindo distância
careçe de apreço e de prosa o maroto sorriso
feito pinto no lixo e charque com farofa d'água

eu sei, essa longa guerrilha de versos sem sentidos
faz rimar isso e aquilo por empatia ou receio
quer cativar aos ouvidos, ao juizo ou resquicio qualquer
só um apelo conjunto de letras por coisa alguma

mas que é vida, é labor qualquer página que se vira...
qualquer dengo, qualquer vício e o peteleco na testa
é verso valsado na ginga da 'bonita, bonita'
vida que me leva agora

feito musica, feito escaladas
e aqueles passos que não nos levam a lugar algum
estáticos!
apreciando o que estar por vir...

cada um tem em sua inlógica a certeza de VIVER maravilhas...

paraíze-se, então, nos nós!

Leia Mais

domingo, 17 de janeiro de 2010

A casa

Leia Mais

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Desalento

eu perco a noite procurando o dia
maquinário frio pulsando sangue [agora]
atalaia atento vibra ao perfume [encandeia]
amador é só [caminhão vazio mendigando areia]

quanta mesmice em um só
de olhos a toa e a tudo
qualquer corpo é um corpo
qualquer coração é um pulso

hora medindo palavras, hora entoando sussuros
querendo esconder no sorriso,
um vício, um vazio, uns amores
no peito batuque do agora
sem freio, de tudo prova [zero sabores]

mas é certo que em tempo
tudo que sente se assenta
pra cada hora uma hora
e pra cada momento...
[pastilha de menta?]

inda carrego o vício das manhãs despedaçadas...

Leia Mais

Seguidores

 
Proezias © 2008 TNB