sábado, 25 de abril de 2009

pronunciamento

não me guarde na lembrança
no esquecimento, no torpor
não me deixe lenta entre a vontade
o amor e a saudade

convivendo com silêncio.

se não cabe a mim a vida,
os suspiro
e os teus versos
não destine a mim tua boca muda
tua despedida,
teu inverso
sem sentido

onde se esconderam os risos
as músicas
os olhares
e os cheiros?

se não é pra ti
o cuidado guardar desse amor
onde está a porta de saída da lembrança,
e a casa guarida do desejo?

onde é o botão que desliga
você em tudo que vejo?

congela a tua dor
a tua boca cala
não cante lamentações
sorria a tua alma
que não há morte do amor
em definitivo

memora que nos abraçamos
corações beijaram-se
uma flor rompeu
a timidez que havia

e isso pode não ser
um final feliz
pois que
não é um fim

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quarta-feira, 22 de abril de 2009

maria manteiga resume...

.

Outro dia descobri que havia tempo não te dava nome novo
poupei e muito teu coração de ouvir novas e tão sutis carícias desse meu coração rabugento
Ora! Que eu te resumi nas minhas coisas mais coisadas...
(ou resumi minhas coisas em ti!?)
Não sei dizer, pra variar...
Eu te resumi numa manhã de sol e numa noite estrelada
de lua minguante, que como num choro minguado de uma saudade crescente
quase se diz lua nova, quase ausente...
te resumi nas flores que ainda não te sei trazer ou entregar
e nos aromas...
(aqueles que meu nariz problemático me concede a graça de provar...)
Sei que te resumi (e muito) em muitos pedaços, várias partes...várias!
Para que em cada migalha 'avuante', em cada suspiro adiante
em cada respingo de cada lembrança inocente
'indesejantes' e aleatórias...
me venha à cabeça uma coisa tua
pois não há, amor meu, escapatória
pois te resumi àquilo que cabe no meu peito
(e à cada batida...)
à cada metamorfose lunática (yo soy de lua) diária
às borboletas de mim, e ao frio na barriga
te resumi aos bem poucos, das relutâncias 'fragmentosas' do meu dia
(aquelas lembranças 'tico de nada' que insistem)
e naquela pausa que antecede por segundos a consciência de que se existe
É, acho que fiz um bom resumo de ti nas coisas minhas
te dizendo bem pouco, te espalhando ao máximo
(Se enrosca, se funde!)
como requeijão na bolacha, como pão com manteiga...

em mim...

.

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domingo, 19 de abril de 2009

Maria Flor

Segunda-feira, 20 de abril.

Querido Diário:


Há algum tempo não escrevo, então já acumulei muitas coisas pra contar.

Pra começar, o Luís (aquele gato da oitava série!) veio falar comigo hoje. Ele veio me devolver um prendedor de cabelo que eu deixei cair ontem na saída. Ele achou! E pegou pra me devolver! Ai, ai...será que vai demorar muito pra ele me pedir em namoro? Espero que não, melhor eu aproveitar enquanto tou solteira, né? E se ele reparou num prendedor tão pequeno em mim é porque anda me observando; e se tá me observando, é porque tem algum interesse em mim, com certeza!

Bom, agora vem a Jamily, aquela mocréia da sala do Luís. Ela vive encangada no pescoço dele pra cima e pra baixo, guinchando “Luís” pra lá, ou ainda, “Lulinha!” pra cá. AAHHFF! Queria que um trator passase por cima da cara dela e frizasse a chapinha dela toda! E aquela boca enlatada dela, aquele aparelho desprezível, cor de rosa, manchado de batom. Ontem quase que eu chamava ela de p... no meio do pátio. Imagina que aquela vaca derrubou o meu sorvete e ainda veio com um “foi sem querer, querida”. Cadela! Ela fez de propósito e ainda manchou meu uniforme! Pelo menos num fui suspensa; se eu tivesse chamado ela de p... no meio do pátio de um colégio católico, minha carta de suspensão estaria instantaneamente pronta.

Ah, outra coisa que eu queria registrar. Minha mãe, por causa da mudança, me mudou pra esse colégio. Eu até gosto de lá às vezes; as freiras são legais e os meninos não ficam comendo a bunda de ninguém com os olhos (não na frente dos padres e das irmãs). Eu sempre encontro um lugar legal pra escrever, pena que sempre tem alguém me observando. Da última vez, foi Nossa Senhora de Fátima. Tem outras coisas que eu não gosto, como, rezar antes da merenda, rezar antes de entrar pra aula, saias na altura do joelho, cabelos presos e blusas extra-fechadas. Perguntei pra um padre um dia desses o porque de tantas privações.

-Temos que seguir o recato, filha, são os maiores dotes que um ser humano pode adiquirir.

-E onde tem dizendo que eu tenho que seguir isso?- Perguntei eu cheia de curiosidade.

-Na bíblia, o livro onde está registrada a palavra de Deus.

-E como eu vou saber que realmente foi Deus que escreveu a Bíblia?

-Deus ditou suas palavras aos seus apóstolos, filha, e assim a bíblia foi escrita.

-E como eles sabiam que era Deus que estava ditando as palavras?- O padre estava ficando impaciente.

-Eles tinham fé; acreditavam em Deus e Deus lhe mostrou confiança ditando-lhes as palavras da bílbia.

-E de onde Deus estava ditando?

-Do céu, sua morada.

-Padre, e se Deus não existisse? Eu teria que usar essas saias ainda assim?

-Se Deus não existisse, o mundo estaria um caos e com certeza você não existiria.

-Por que?

-Porque ele a fez.

-Quem me fez foram meus pais.

-Sob concepção do poder de Deus.

-Não, padre, minha mãe que parou de usar o contraceptivo.

-Onde quer chegar, pequena?- O padre me olhou como se fosse me mandar à um exorcista após a próxima pergunta.

-Quero saber porque devo usar essas saias. Certo, porque Deus diz assim. E por que eu devo acreditar no que Deus diz?

-Por que ele é o criador da humanidade e das coisas belas da Terra.

-Eu também sei criar coisas legais, eu pinto quadros legais, sabia?. Quero saber por que devo acreditar em Deus!

O padre me mandou rezar alguns pais nossos e algumas ave marias (que eu não prestei atenção quantas) e saiu resmungando algumas coisas em latin que eu não entendi. Eu vim pra casa, tinha um quadro pra terminar e tinha que contar o lance do prendedor que o Luís me devolveu pra você, diário!

Até minha próxima aventura! o/

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domingo, 12 de abril de 2009

Lógica de brincadeira

foto: alone gut

-Daí a serpente marinha surge do nada e engole a mocinha dos cabelos dourados e...

-Paulinho, acaba esse banho logo menino!

-Ô manhê, só mais cinco minutinhos vai... a serpente tem que terminar de fazer a refeição dela!

Afinal de contas todos temos nossas necessidades não é mesmo?

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quinta-feira, 9 de abril de 2009

Matutância

.

É...
acho que cansei de matutar minha madrugada vazia
mais alguns suspiros, mais alguns lamentos
buscando no fundo da cuca, no fundo do pote outro doce
(overdose de açúcar...)
que doces minhas palavras...
não...não te escreverei mais nenhuma palavra caro leitor amargurado
meu coração está sarado!
não há mais razões para te escrever outros lamentos
(se bem que é sempre tão bom inventar dores novas...)
somente por um pouco mais de audiência...

pronto!

Cá estou curada da minha canseira de figurar novas peças
novos amores, novas verdades e mentiras...
como que encubida de me proporcionar outra novela mexicana
deixa estar...que a vida é curta pra encenar esse nosso teatro
me faz rir, que te faço chorar
(não partirei teu coração, te dou apenas um belisco no braço...)
mas não me tenta calar de alguma forma esse meu canto desritmado
porque não há, meu caro amigo
(e já nem sei mais teu papel nesta peça...)
nesse mundo eu espero...
algo que me cale o que trago aqui dentro
e o que eu te trago agora e apenas
é toda a sinceridade de um sorriso vago...
(esse meu sorriso de banda!)
então...

PROVOCA-ME!

.

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quarta-feira, 8 de abril de 2009

como se escreve um poema de amor?

anota aí:

não tem receita?
Não tem.

Tem um manual?
Não, não tem.

Tem orientação?
Hum... não sei bem.

E, como faz pra saber se fez certo?
Não sei se faz, não sei se fez.

E poemas de amor
pra quem é que se escreve?

Para uma pessoa qualquer
mesmo que não merece.

E pra quê é que se escreve
poemas de amor?

Pra botar no mundo
alegria no lugar da dor.

E por acaso adianta
essa tal de alegria?

adianta sim
ou ninguém escreveria.

E se for sofrida
a minha poesia?

bem mais bonita
até que ficaria

com dor, saudade
e gemido?
pode pôr isso também?

poema de amor, meu filho
de tudo que sente tem.

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