domingo, 29 de novembro de 2009

Impróprio

tem compaixão de mim, figura desconhecida
se teces esta conversa de pontos, de pontes a desfrutar
carrega a minha vontade nas costas carnivora e canibalesca
confesso nao ver que chegue e hora de saciar

[perdão se nao pude evitar estas ideias quentes]

mas que não há sedução alguma em palavras diretas
cultivo a ideia que medra todo esse jogo, essa dança maneira de 'acasalar'
de se entregar de se render, de quase ir, quase vir na onda alheia

mas de pés no chão, posso jurar que sou rude e encantadora criatura
cuja sedução desnuda é a pura falta de manha e molejo
guardo no peito a vontade não de desfrutar da pura e diretamente
[completamente, docemente, saborosamente e suculentamente] a dita fruta
mas se não apenas um olhar e um beijo

e chega pra mim o cume do prazer e deleite!
da alma o mais puro e intenso
orgasmo...

1 comentários:

Ianê Mello disse...

Que lindo poema!
Profundo, denso, pungente.

Assim é o veradeiro orgasmo poético.

Beijos.

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